AINDA É CEDO
Sim, mas onde está o relógio, a porra do celular?
Humidade
Mofo
A garganta fisgando
Certa vez ouvi na novela:
"O caos liberta"
E me absolvo
pela desordem da casa
dos últimos dias, dos últimos anos
dos últimos amores desde sempre
DONA MARIA SAIU À FRANCESA
como costumo fazer
Ei, Dona Maria, como é aí do outro lado?
Tem a luminosidade das cores?
Tem torta de limão?
Ela não vai voltar
E eu tenho um filho que escolhi
As vezes eu nem acredito
Mas seus dentinhos nervosos
cravados em meu dedo
inauguraram em mim a consciência
Não. Não saírei mas à francesa.
Agora sei, me sinto indispensável
PONHO O CD VELHO
que tem aquela música
Aquela música que você ia cantar para mim
Lembra? Não lembra?
Oh, caro Friedrich, e você?
Por que está tão calado?
Por que não me diz nada?
Não gosto deste silêncio coberto por lençóis
Prenúncio
Sim, é que agora sei, entende?
Sobre o eterno retorno, caro Friedrich
É. Aconteceu
Acontece
Mas eu preciso saber
Preciso entender
Tipo vide bula, ok?
YOU DON'T UNDERSTAND ME, MY BABY
O SOL ESTÁ APARECENDO. ALELUIA.
PS. Esse texto, em formato/tipo poeminha, dedico ao meu amigo blogueiro Elias Vasconcelos. Que sempre me inspira com os seus escritos.